Por meio da Carta ao Cliente, o Banco BRP relata, mensalmente,os fatos mais relevantes ocorridos no Brasil e no mundo no âmbito econômico e político
Ribeirão Preto, 1 de Novembro de 2019.
Prezado Cliente,
O ambiente político e jurídico no Brasil não poderia estar mais conturbado. O PSL vive em estado de “vale tudo”, uma típica briga de rua. As Comissões Parlamentares de Inquérito abertas no Congresso Nacional desnudam baixaria, bate boca e muito mais. É preciso ter estômago para acompanhar. O STF decide, por um prazo longo para qualquer investigação, que as informações oficiais coletadas pelo antigo COAF não podem ser utilizadas. Adia a decisão de nova apreciação sobre a prisão após decisão em segunda instância e assim por diante.
Em outros tempos, tudo isto (e muito mais) poria nossa economia em uma situação simplesmente horrorosa. Dólar e juros descontrolados, muito altos, valor das empresas despencando (bolsa de valores), queda na oferta de crédito, redução no emprego, na arrecadação de impostos, diminuição do investimento e da atividade econômica em geral, com aceleração inflacionária.
Nada disto está acontecendo, muito pelo contrário.
O país inequivocamente está em fase ascendente do ciclo econômico e a recuperação, vista pelos mais diversos indicadores, exibe progressiva tração. Tudo indica que a economia brasileira terminará este ano bem melhor do que a maioria dos analistas esperavam.
Houve um “descolamento” da conjuntura econômica com a política. Este fenômeno, que ainda precisa ser mais profundamente analisado, tem alicerce nas reformas estruturais que foram promovidas pela sociedade brasileira, como a criação do teto do gasto, a legislação trabalhista, todo o arcabouço infraconstitucional que regulamenta o funcionamento do sistema financeiro e, mais recentemente, a reforma previdenciária (que, tardiamente, será agora promulgada mas, ainda faltam os estados e municípios).
Faltam também as reformas administrativa do setor público e a tributária, a promoção recorrente e progressiva da concorrência, com redução da desigualdade e distribuição da renda.
Tudo isto não é tarefa fácil. É o desafio que está posto para que o ciclo econômico brasileiro atual possa ficar mais positivamente inclinado e bem mais longevo.
Outros países, cada um à sua maneira, como a Coreia do Sul e a China, apenas para citar alguns, trilharam seus caminhos em busca do desenvolvimento econômico sustentável, com grande evolução na qualidade de vida da população de forma perene.
A despeito de quem está no comando do executivo, a sociedade brasileira tem como imperativo urgente forjar o norte do desenvolvimento.
Atenciosamente,
Nelson Rocha Augusto