Ribeirão Preto, 04 de maio de 2020.
Prezados clientes,
O mês de abril foi de muito sofrimento, com o avanço do COVID-19 no Brasil, elevação no número de infectados e mortos, levando o sistema de saúde a um grande estresse.
Na economia, os problemas ligados ao nível de atividades, emprego, arrecadação de impostos e investimentos, começaram a mostrar sua face mais dura e cruel.
Todos os programas que foram criados, principalmente pelo Congresso Nacional e Banco Central do Brasil, que têm por objetivo permitir a “passagem” para o período pós pandemia, tiveram início, com alguns problemas operacionais, mas de alguma maneira estão funcionando e tendem a evoluir nas próximas semanas. Tanto o dinheiro para as pessoas, quanto para as empresas e para o sistema financeiro passaram a fluir.
Muito se discute se serão suficientes, se deveriam ser maiores ou terem sido feitos de outra maneira. O fato é que, com o curso da pandemia e as limitações orçamentárias, estão definidos e só poderão evoluir nos pontos referentes à gestão dos programas.
Vale destacar que, do ponto de vista econômico são números robustos, sobretudo levando-se em conta as enormes restrições fiscais já vivenciadas pelo Estado brasileiro em seus três níveis, União, Estados e Municípios.
Com isto, que sem qualquer dúvida era necessário, a dívida interna bruta brasileira deverá crescer para o insustentável patamar de 90% do PIB até o final do ano que vem.
Até o presente momento, está preservado todo o arcabouço de uma somatória de medidas construídas por toda a sociedade brasileira, ao longo de muitos anos, no sentido da ordem econômica com responsabilidade fiscal e adequada gestão orçamentária. Contexto fundamental para que a economia possa funcionar adequadamente no pós crise sanitária.
Estas “ferramentas”, regra de ouro, teto do gasto, lei da responsabilidade fiscal, normas para interconexão do BC com o Tesouro Nacional, entre outras, serão vitais, pois indicarão claramente o horizonte de cálculo econômico brasileiro, determinístico, na avaliação do risco e consequentemente no custo do capital no período de recuperação. Quanto piores forem os usos destes instrumentos, apontando para uma postura mais perdulária, pouco responsável, maior será o custo do dinheiro. Vale lembrar que o Estado terá uma dívida maior ainda e é a sociedade brasileira toda quem pagará por isto.
Como é amplamente conhecido, além do cenário econômico internacional e doméstico, já bastante hostis, o comportamento do presidente do Brasil tem arremessado o país em uma crise institucional sem precedentes na história brasileira. O resultado econômico de tudo isto é, no mínimo, ruim.
Atenciosamente,