Ribeirão Preto, 01 de junho de 2020.
Prezados clientes,
O Brasil passa hoje, simultaneamente, por quatro crises. Sanitária, Política, Econômica e Institucional.
As consequências disto para a economia são imensuráveis. Os dados referentes ao mercado de trabalho, nível de atividades, finanças públicas, investimentos e as perspectivas para o próximo semestre são desanimadoras.
Um olhar mais técnico e detalhado nos principais indicadores mostra que em maio tudo piorou. Com o início da flexibilização do distanciamento social, bastante perigoso, alertam os epidemiologistas, é provável que alguns indicadores de atividades mostrem pequenas elevações. No entanto, é improvável que o mesmo ocorra com o emprego, finanças públicas e investimento. Muito pelo contrário, tudo indica que continuarão piorando e o cenário tende ao desalento.
As autoridades econômicas brasileiras têm usado a potência máxima tanto na política monetária (redução nos juros e ampliação da liquidez) quanto no fiscal, com correta ampliação nos gastos, dando às pessoas e empresas melhores condições para atravessarem o período crítico da pandemia. A envergadura desta potência fiscal e monetária certamente tem ajudado bastante (talvez não o suficiente) aos brasileiros a enfrentarem, do ponto de vista econômica, a crise da pandemia. Deveria ainda, o que seria fundamental, haver uma coordenação, unicidade de linguagem no próprio combate à doença, o que, infelizmente não ocorre, tornando a Covid-19 mais letal e longeva no Brasil, como os dados já mostraram de maneira clara.
Ocorre que estas exposições, fiscal e monetária, não possuem o dom de atenuarem ou, sequer, criarem as condições para o país enfrentar as outras três crises: política, econômica e institucional.
A sociedade Brasileira, o mundo já percebeu isto, tem um encontro marcado com o enfrentamento simultâneo de todas estas questões assim que o problema sanitário arrefecer. O enfrentamento tende a ser dantesco, até porque, a situação econômica continuará em franco processo de deterioração.
Será fundamental uma liderança impar, capaz de unir o país, ampliar o diálogo, compor as diferenças e muito mais para que haja um verdadeiro processo de reconstrução, quando o mundo adentrar no “novo normal” pós pandemia.
O rico folclore brasileiro possui um personagem, da mulher que namorou um padre e numa noite de quinta-feira ela vira mula sem cabeça. No lugar da cabeça, tem uma tocha de fogo e o animal corre nas matas assustando os outros animais e as pessoas. O governo namorou o padre...
Atenciosamente,