Ribeirão Preto, 02 de janeiro de 2019.
Prezado cliente,
O complexo e difícil ano de 2018 terminou mostrando que, de fato, a economia brasileira está acelerando sua fase de recuperação.
Houve melhora em todas as faces da economia: aumento do emprego (embora o desemprego ainda seja muito alto), crescimento da lucratividade das empresas, expansão do consumo das famílias, avanço na arrecadação dos impostos, tarifas e contribuições e iniciou-se uma ampliação mais generalizada do crédito (principalmente o livre) em toda a economia. O investimento, sobretudo em máquinas e equipamentos, também assumiu um ritmo animador.
O Brasil possui um excelente nível de reservas internacionais e as contas externas encontram-se bem equilibradas. A inflação navega abaixo do centro da meta e ainda não há qualquer sinal de grandes dificuldades para mantê-la nos patamares atuais. Razão pela qual, não haver necessidade de elevação na taxa de juros.
Com tudo isso, é possível que a expansão do PIB, agora em 2019, possa dobrar em relação ao observado no ano passado, ou seja, chegar bem perto dos 3%.
Como é amplamente conhecido, os problemas da economia brasileira não são conjunturais e sim estruturais, o que faz que os ciclos de crescimento sejam efêmeros. Transformar estes crescimentos em um ciclo de desenvolvimento de longo prazo é o desafio a ser enfrentado.
As máquinas públicas nas três esferas de governo são perdulárias, caras, ineficientes, repletas de privilégios, inchaços, etc. São frutos da construção de toda a sociedade brasileira ao longo da história.
Nos últimos anos, devido à somatória de decisões erradas feitas particularmente nos governos Dilma (mas não somente nele), a situação das finanças públicas, que já não eram nada boas, agravaram-se para o conhecido patamar insustentável, com dívida pública de 78% do PIB, déficit nominal de quase 8% do PIB, com a população amplamente desassistida e, em larga medida, acometida pelo desalento.
Também é conhecido o fato de que a economia brasileira, historicamente, tem baixa capacidade de competição, com nível educacional médio da população muito aquém do necessário.
As transformações terão que ser profundas e devem adquirir um perfil progressivo, perseverante e de longo prazo.
Será necessário muita paciência, liderança, larga capacidade de convencimento e união, típicos de um grande pacto, costurado com todas as camadas da sociedade.
Não parece ser este o perfil dos novos líderes, tanto nos Estados quanto nas Câmaras Legislativas, bem como no Congresso Nacional ou no Executivo Federal. A esperança é que muitas vezes a necessidade forja a personalidade.
Desejamos a todos um excelente 2019, com ótimos negócios!
Atenciosamente,
Nelson Rocha Augusto