Ribeirão Preto, 03 de dezembro de 2018.
Prezado cliente,
A economia brasileira encontra-se em um ciclo ascendente, com leve, mas progressiva, aceleração no ritmo de crescimento. Isto ficou mais claro a partir do início deste segundo semestre. Os dados do PIB brasileiro do terceiro trimestre, divulgados pelo IBGE, demonstram um crescimento expressivo no investimento, de 6,6%, na exportação, 6,7% e na importação, 10,2%, comparados ao trimestre anterior, com ajuste sazonal.
É possível afirmar que neste último trimestre haverá uma aceleração no crescimento. Todos os indicadores de atividade, de confiança, arrecadação, faturamento, crédito e emprego estão crescendo acima do esperado pela média dos analistas.
O melhor disto tudo é que o equilíbrio macroeconômico, construído pela equipe econômica liderada, inicialmente, pelo ex-ministro Henrique Meirelles é estrutural e continuará frutificando.
Como legado, a inflação, para os padrões brasileiros está baixa, a taxa de juros tem todas as condições de continuar no nível atual (que é o mais baixo da história econômica brasileira contemporânea) e o câmbio flutuante amortece as naturais oscilações da conjuntura doméstica e internacional, garantindo adequado comportamento no estoque, oferta, demanda por dólares para o Brasil, ou seja, nas transações correntes. Vale destacar que os investimentos estrangeiros diretos no Brasil estão em crescimento importante, corroborando o ciclo ascendente da economia. Em 2018 poderá superar 80 bilhões de dólares.
A nova equipe econômica, liderada pelo futuro Ministro Paulo Guedes, deverá mudar a política econômica de maneira importante, no entanto sem provocar ruptura no equilíbrio e nos pilares macroeconômicos vigentes hoje.
O viés liberal apoiado pelas urnas tende a ser implantado de maneira bastante ágil. É uma equipe que tem em seu DNA forte senso de urgência e procurará entregar resultados tão rápido quanto possível, sobretudo no que não depender de aprovação no Congresso Nacional.
Haverá um forte avanço na retomada das obras de infraestrutura, novas concessões e um programa ousado de privatizações, com redução da participação do estado como produtor, empresário. Este papel cabe, segundo o pensamento deles, exclusivamente ao capital privado.
Também haverá uma ampliação no grau de abertura da economia brasileira, expondo progressivamente as empresas brasileiras à concorrência internacional, o que tenderá a ampliar a eficiência das empresas nacionais, que terão que se integrar ao máximo possível nas cadeias de produção internacionais. Tarefa difícil, demorada e que poderá fazer com que muitas empresas existentes hoje tenham que se reinventar ou simplesmente não existirão mais. A longo prazo, haverá mais competitividade e as empresas serão mais estruturadas e fortes.
Farão o que puderem para promover o empreendedorismo. Deve haver grandes simplificações e redução da burocracia. Por outro lado, o capitalismo sem compadrio promove a igualdade de oportunidades e o novo “normal” tende a ser um maior nascimento e morte de empresas.
As reformas estruturantes fundamentais, como a previdenciária e tributária, vitais para a continuidade do crescimento de longo prazo, dependem do funcionamento do jogo político, por precisarem redesenhar o pacto federativo e isto passa pelo Congresso Nacional.
O novo governo é muito desconhecido no “jogo político”, sendo necessária redobrada atenção aos seus movimentos neste campo, pois isto pode trazer maiores dificuldades a médio prazo.
Desejamos a todos um Santo Natal e excelente 2019.
Atenciosamente,
Nelson Rocha Augusto