Carta ao cliente

01.03.2021 - Carta ao cliente

Ribeirão Preto, 01 de março de 2021

Prezado Cliente,
Como vem ocorrendo, infelizmente, fevereiro foi mais um mês ruim para a economia brasileira e os dados exibiram isto de forma bastante clara. O real se desvalorizou (mais), os juros futuros subiram com força, o valor das empresas diminuiu na B3, o mercado de trabalho perdeu dinâmica, os custos de maneira geral continuam subindo e as empresas enfrentando cada vez mais desafios.

A pandemia, como amplamente alertado pelos especialistas, piorou bastante. Os índices de infecção, internações hospitalares, ocupação nas UTIs e óbitos cresceram indicando muito mais sofrimento e dificuldades até melhorar.

Não há como ter esperanças de melhoras com o governo federal ainda negando a doença, intervindo nas estatais, sem ter, até agora, demonstrado qualquer capacidade de articulação e planejamento que indiquem qual é o plano estratégico (e como será executado) para o país.

O Congresso Nacional, depois de eleger os novos presidentes da Câmara e do Senado Federal resolveu dar prioridade a discussão da imunidade parlamentar, explicitamente se contrapondo à decisão unanime do judiciário (STF), ao invés de decidir o urgentíssimo auxílio emergencial. Também não votou nenhuma das PECS até agora.

Depois de muitos anos de um debate ideológico insano, finalmente, do ponto de vista formal e legal, o Banco Central brasileiro é independente. Medida muito importante para mitigar as interferências políticas na autoridade monetária. Sem dúvida, isto reduz graus de incerteza (ao menos no BC) e amplia a responsabilidade dos diretores da instituição. Em um cenário adverso como o atual, esta é, sem dúvida, uma boa notícia.

A economia internacional, tanto na Ásia, quanto na Europa e América tem mostrado recuperação importante e avanços relevantes no combate à COVID-19, com lockdown e vacina. Como há ainda um nível elevadíssimo de estímulo fiscal e monetário, a velocidade da recuperação tem sido percebida como mais acentuada que o esperado. Este fenômeno está tão forte que parte dos analistas começaram a prever redução dos estímulos mais cedo, o que foi prontamente negado pelas autoridades monetárias, tanto nos EUA quanto Europa. Lembrando ainda que a Câmara Federal americana aprovou neste final de semana o pacote proposto pelo governo Biden de U$1,9 tri – falta ainda o Senado (onde é mais difícil).

O cenário econômico internacional e a excelente safra agrícola que está sendo colhida no Brasil, ajudarão a atenuar os outros percalços que dificultam a recuperação da economia brasileira.

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