Ribeirão Preto, 01 de abril de 2021.
Prezado Cliente,
A economia internacional vive um momento de crescimento acelerado com perspectivas bastante positivas, principalmente, na China e nos EUA. Os outros países da Ásia também apresentam evolução econômica substantiva. As duas maiores economias mundiais terão elevação em seus respectivos PIB superiores a 6% neste ano. A China deverá chegar a 8%, senão mais.
A Europa, que possui padrões de crescimento bem mais modestos, apesar das dificuldades com a vacinação (exceto no Reino Unido), tem mostrado boa capacidade de recuperação na produção industrial e a economia, terá uma performance satisfatória em 2021.
Com este ambiente, o mês de março ficou marcado por uma forte elevação nas taxas de juros de longo prazo, principalmente nos EUA. As taxas de 10 anos subiram bastante, apenas neste ano, mais de 80%. Foram para a casa de 1,7% ao ano, ainda assim, estão longe dos quase 5% ao ano, que é o parâmetro historicamente estabelecido.
Isto ocorreu devido ao receio de uma aceleração inflacionária. No entanto, a economia americana, segundo o FED (Banco Central), possui enorme folga no mercado de trabalho, elevada produtividade, com boa capacidade ociosa em sua estrutura de oferta, e assim, a autoridade monetária avisa aos agentes econômicos, que mesmo com os estratosféricos pacotes de estímulos para a economia, que poderá atingir até U$ 5 trilhões, a taxa de juros só deverá subir a partir de 2023.
Com isto, os preços de todas as commodities subiram bastante e é muito provável que se sustentem em patamares mais elevados por um bom período de tempo, mesmo com a expansão da oferta que certamente ocorrerá.
Um cenário deste seria um espetáculo para o Brasil, e, certamente vai ajudar a recuperação de economia brasileira.
Infelizmente há que se considerar no condicional, o comportamento da economia brasileira, devido à geração de crise em escala industrial, ser o mote do governo federal até agora.
Resumidamente, já em abril: a) o orçamento federal para este ano acaba de ser aprovado e, nas palavras do próprio Ministro da Economia, é inexequível; b) apenas em março, a Covid-19 ceifou a vida de mais de 66 mil brasileiros (não há por que ser otimista com o que pode ocorrer em abril); c) nenhuma reforma estruturante está sequer encaminhada no Congresso Nacional; d) instalou-se uma crise a troco de nada com as Forças Armadas e assim por diante.
Como resultado, todos os indicadores de confiança na economia brasileira pioraram em março e as perspectivas de curto prazo não trazem alento, particularmente para a grande maioria da população brasileira menos favorecida.
Atenciosamente
Observação: Central de Atendimento Banco Central do Brasil (DDG) 0800 979 2345