Ribeirão Preto, 01 de setembro de 2021
Prezado Cliente,
O recente embate entre os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, tomou proporções inéditas, inimagináveis, não conhecidas pela história pós redemocratização do Brasil.
Há alguns meses, o capital privado nacional e internacional, vem demonstrando preocupação com os riscos institucionais hoje vivenciados no Brasil.
Os grandes gestores de fundos estrangeiros haviam se manifestado de forma explícita, particularmente referindo-se às questões ambientais.
Pouco depois, vários líderes empresariais e economistas publicaram documentos ressaltando a importância da preservação do equilibrado funcionamento das instituições, do Estado Democrático de Direito, da democracia.
Mais recentemente, várias associações editaram manifestos com este mesmo propósito e outras tantas têm (segundo relatos da imprensa) preparado documentos nesta direção.
Tamanha tensão, em meio a uma pandemia, com desafios sociais, econômicos e políticos enormes, não ajuda em nada, qualquer perspectiva de melhoria na enorme crise vivenciada pelo país.
Para piorar, mas também fruto de todos este inóspito ambiente, a inflação acelerou de forma bastante perigosa.
O IPCA, no acumulado dos últimos doze meses, ultrapassou a marca de 9% (enquanto a meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional para este ano é 3,75%). Assim, é absolutamente inevitável que os mecanismos de indexação, memória inflacionária, péssima distribuição de renda trarão de volta, ao menos em parte, a famigerada inércia inflacionária, contratando mais dificuldades relevantes na gestão da Política Econômica para os próximos meses.
Por esta e outras razões, a grande maioria dos analistas econômicos tem sistematicamente revisado para baixo as projeções para o crescimento do PIB neste e, o que é pior, no próximo ano.
O país está, mais uma vez empobrecendo e reduzindo drasticamente as chances de avançar nas tão conhecidas reformas estruturantes que poderiam recolocá-lo em rota de crescimento sustentável. Vivemos tempos difíceis.
Atenciosamente,
Observação: Central de Atendimento Banco Central do Brasil (DDG) 0800 979 2345