Ribeirão Preto, 01 de dezembro de 2021.
Prezado cliente,
A conjuntura econômica brasileira como é amplamente conhecida, vive um período de grande dificuldade. Inflação elevadíssima, taxa de juros subindo, baixo nível de emprego, renda insuficiente, falta de uma Política Econômica pró desenvolvimento, ausência de perspectiva de aprovação de reformas estruturantes e assim por diante.
Tudo já estava difícil para a economia brasileira e agora teremos que lidar com o advento da nova variante da COVID19 a Ômicron que, infelizmente, trouxe efeitos negativos nas expectativas com chances concretas de reduzir ainda mais as atividades, emprego e renda no início do próximo ano!
Isto se sobressai porque um dos pilares de sustentação da atividade econômica no Brasil é a perspectiva de uma boa recuperação na economia mundial no próximo ano, com o “controle” da pandemia.
Por mais que as autoridades internacionais de saúde tivessem alertado que a vacinação precisaria ser universalizada para que não surgissem outras cepas do vírus, isto não ocorreu e os riscos de termos muito mais dificuldades sanitárias em 2022 mostrou-se presente com reflexos diretos para a economia.
Vale lembrar que os desarranjos nas cadeias produtivas, na logística, ainda demorariam mais uns bons meses para serem sanados e agora, a realidade sanitária pode impor ainda mais obstáculos (e custos) nesta tarefa.
Outra consequência econômica tende a ser, uma busca mais intensa por segurança de suprimento, atuando como antítese da globalização com redução do comércio internacional, fechamento das economias, menor fluxo de bens, serviços e pessoas. Os custos de tudo isto são inestimáveis.
Claro que o cenário descrito pode e deve ser revertido, mas isto depende de uma coordenação com lideranças internacionais incontestes, focadas nestes objetivos. Não é o que se vê.
Para exemplificar, o líder chinês Xi Jinping, conseguiu neste mês a decisão junto ao PCC Partido Comunista Chinês (do que eles chamam) um fato histórico relevante, podendo se perpetuar no poder. Suas atitudes recentes mostram que ele vai se voltar para dentro da China.
O fato é que a inflação no primeiro mundo poderá demorar mais para cair e os banqueiros centrais poderão ser levados a antecipar a subida da taxa de juros. Este risco seria danoso para os países emergentes e particularmente ruim para a economia brasileira que é a mais debilitada dentre as comparáveis.
Vale ressaltar, que ao menos no curto prazo, os mercados financeiros reagiram de forma distinta da descrita (que é um cenário possível, não certo, para o médio prazo) interpretando a questão da nova cepa como deflacionista.
O que é certo é que a volatilidade está muito grande e assim vai continuar.
Desejo a todos um Santo Natal e que 2022 seja mais saudável e construtivo.
Atenciosamente,
Observação: Central de Atendimento Banco Central do Brasil (DDG) 0800 979 2345