Carta Mensal

03.01.2022 - Carta ao cliente

Ribeirão Preto, 03 de janeiro de 2022

Prezado Cliente,

Com tudo que ocorreu recentemente, o nível de incertezas para a economia brasileira certamente atingiu um dos maiores patamares da história contemporânea.

Pandemia, inflação extremamente elevada, alta nos preços das commodities, forte desvalorização cambial, baixo nível salarial com mercado de trabalho esquálido, instituições “forçadas” e em conflito, governo central sem rumo, desarticulado, com propósito de desconstrução, e, por fim, um enorme embate político, pois finalmente, adentramos no ano eleitoral.

Assim, as perspectivas econômicas para este ano não são, nem de longe, perto do potencial que o Brasil possui.

No entanto, a degradação recente foi tão grande, que é possível que haja alguma melhora ao longo deste ano em alguns aspectos importantes para a economia brasileira.

A inflação vai cair bastante. Há possibilidade de o IPCA de 2022 ficar abaixo de 5%. As chuvas tendem a elevar a produção agrícola e reduzir o preço da energia elétrica ao longo deste ano.

A taxa de câmbio tem espaço para alguma desvalorização com a ampliação da oferta de dólares tanto dos exportadores quanto para investimento estrangeiro direto (5G, saneamento básico, concessões já realizadas) e também por parte do Governo Federal, uma vez que há mais reserva em moeda forte no Brasil do que o necessário. Vale lembrar a taxa de juros no Brasil subiu muito e o custo para “carregar” esta reserva passa a ser elevado.

Com os ajustes feitos em 2020 e 2021, as finanças estaduais e municipais melhoraram bastante. Há espaço para vermos um crescimento importante nos investimentos destes entes da federação.

O investimento privado já contratado tende a avançar principalmente na infraestrutura e na construção civil. Infelizmente não tende a ser devido à condução de uma Política Econômica bem conduzida e pró crescimento, pois para isto seriam necessárias as reformas administrativa e tributária que, em um ano eleitoral como o que agora inicia, isto é pouco provável.

A incerteza advinda do embate, da disputa política, dará lugar à abertura de um novo ciclo político, a partir da consolidação do resultado das eleições. Com isto, é possível esperar que o país volte a ter um norte, as perspectivas de reformas em outras bases far-se-ão presentes e com isto, a economia tenderia a buscar uma outra dinâmica.

Atenciosamente,

Observação: Central de Atendimento Banco Central do Brasil (DDG) 0800 979 2345

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