Carta Mensal

01.11.2022 - Carta ao cliente

Ribeirão Preto, 01 de novembro 2022

Prezado Cliente,

As instituições brasileiras vêm sendo agredidas, testadas, forçadas como nunca após a redemocratização do país.
Pode-se dizer - com segurança – graças às manifestações dos representantes dos Poderes Legislativo, Judiciário,
do povo brasileiro, dos mais diversos países, organismos internacionais que: a democracia do gigante sul-americano
funcionou.

Entretanto, depois de tudo que ocorreu no sistema político brasileiro nos últimos vinte anos, é imperativa a
reconstrução de um novo eco-sistema para funcionar efetivamente como forma de representação, decisões e ações
alinhadas com os anseios da sociedade brasileira.

O tecido político brasileiro esgarçou. Terá que ser completamente restaurado com muita negociação, reflexão,
concessão, construção para que seja possível, recolocar o país em rota de desenvolvimento econômico sustentável
com resgate social.

Não é tarefa fácil, se tudo for amplamente negociado, havendo convergência pró mudança na representação política,
com responsabilidade, espírito público (visando o bem comum acima do individual) acontecerão as necessárias
reformas estruturantes. Ocorrendo isto, é provável um crescimento econômico mais acelerado em 2024.

No discurso do presidente, eleito pela terceira vez no último domingo, Lula demonstra claramente, consciência do
tamanho dos desafios que tem pela frente.

O comportamento dos agentes econômicos em um primeiro momento tende a ser da construção de um bônus,
acreditando na formação de um novo governo plural com viés reformista responsável. Até porque, todos os
economistas com experiência comprovada na formulação de Política Econômica (fora do atual governo) apoiaram
formalmente o presidente agora eleito.

No entanto, vale ressaltar que a enorme bomba fiscal montada para a disputa eleitoral vai “estourar” no colo do novo
governo já nos primeiros dias. A potência da mesma é tão destrutiva (algo em torno de R$ 250 bilhões) que seria
necessário iniciar o desmonte já.

Como se sabe, na calda de toda a disputa eleitoral, dada a “personalidade” nada republicana do atual governo
nos últimos quatro anos, é muito pouco provável que algo seja feito neste ano. O que faz com que o risco
político e, consequentemente, econômico da conjuntura fiscal atual seja muito alto.

Outro ponto importante será o comportamento da inflação. Houve um represamento enorme nos preços dos
combustíveis, segundo a Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis, na última sexta-feira, o diesel
tinha uma defasagem de 20% e a gasolina 18% no Brasil.

Ainda sobre os combustíveis, energia elétrica e comunicações, as reduções nas alíquotas dos impostos vão até o
final deste ano e serão majoradas a partir do início de 2023. Sobre este tema ainda paira a incerteza da
constitucionalidade do que foi feito, que será julgada pelo STF neste novembro.

A lista de questões é enorme e o que se espera para os próximos meses é muita volatilidade.

Atenciosamente

Nelson Rocha Augusto

Observação: Central de Atendimento Banco Central do Brasil (DDG) 0800 979 2345

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