Ribeirão Preto, 01 de março de 2023.
Prezado Cliente,
A conjuntura da economia brasileira tem apresentado indicadores, de uma maneira geral, melhores do que esperado pela grande maioria dos analistas. Isto ocorreu nas informações referentes ao comportamento dos preços (inflação); do mercado de trabalho (nível de emprego, embora com salários ainda em queda); nas contas externas (com destaque para a entrada de recursos e crescimento nas exportações); no nível de atividades (vendas no varejo, tráfego nas estradas e consumo de energia elétrica); nas finanças públicas (superavit primário de R$ 99 bilhões) e assim por diante.
O mesmo não é verdadeiro para os aspectos estruturais da economia brasileira. O país continua com os mesmos problemas.
A percepção dos agentes econômicos é de que teremos muita dificuldade para fechar as contas públicas “no azul”, com dívida interna financiada no curto prazo, muito alta, e sem haver até agora o conhecimento de como serão encaminhadas estas questões.
Com isto, as perspectivas de retomada do crescimento com desenvolvimento econômico sustentável não são críveis e as expectativas seguem desfavoráveis. Há um “gap” de confiança bastante relevante na capacidade de formulação de uma Política Econômica adequada e, mais ainda, na gestão do dia a dia das questões econômicas do Brasil.
O estilo de criar muito ruído, como na questão da meta inflacionária, depois na reoneração dos combustíveis são exemplos claros de enorme dissipação de energia, o que não ajuda em nada a melhoria do cenário, mesmo quando o desfecho é correto, como foi o caso. Questionar a independência do Banco Central e fazer pressão política com muito “atrito” só atrapalha a própria queda da taxa de juros que realmente é muito alta no Brasil.
Trabalhar, como aparentemente está sendo feito, para uma reconstrução do arcabouço fiscal, garantindo as finanças públicas equilibradas no longo prazo e, finalmente, implementando uma legislação tributária mais simples, clara, prática, que induza à melhoria na eficiência e produtividade, é o que vai levar à redução estrutural da taxa de juros. Colocando, assim, o país na rota do crescimento econômico.
O Ministério da Fazenda tem prometido que estas propostas serão apresentadas até o final de abril ao Congresso Nacional. Cabe à sociedade, debater, se for o caso, melhorar o que foi proposto, sempre priorizando o coletivo, nunca o particular, e, ainda, pressionar os parlamentares para uma apreciação célere. Desta forma, via a melhora da economia, a qualidade de vida dos brasileiros melhorará mais rapidamente.
Atenciosamente,
NELSON ROCHA AUGUSTO
Observação: Central de Atendimento Banco Central do Brasil (DDG) 0800 979 2345