Carta Mensal

02.06.2023 - Carta ao cliente

Ribeirão Preto, 01 de junho de 2023.

Prezado Cliente,

Os últimos números de inflação têm trazido boas notícias, indicando um cenário cada vez mais favorável à ancoragem das expectativas inflacionárias. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGPM), registrou uma deflação de 1,84% em maio e acumula deflação de 4,47% nos últimos 12 meses. Dentro da composição do índice, percebe-se claramente uma deflação concentrada em preços ao produtor, com uma queda de mais de 7,5% em um ano. Essa queda está relacionada principalmente à redução nos preços do petróleo e derivados, e de produtos agrícolas, devido às boas perspectivas para a safra brasileira, que tende a ser uma safra recorde. Além disso, a redução nos preços de combustíveis e
GLP, anunciada pela Petrobras, contrata custos de produção ainda menores para os próximos meses, além de impactar de forma mais direta a inflação ao consumidor amplo.

Os dados recentes da atividade econômica confirmam a expectativa positiva corroborado pelo Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre que apresentou um crescimento expressivo de 1,9% em comparação com o último trimestre do ano passado, impulsionado principalmente por um crescimento de 21,6% no setor agropecuário. Esse resultado superou as expectativas dos analistas. Além disso, os dados sobre emprego mostram resiliência e contribuíram para um crescimento de 0,6% no setor de serviços.

No âmbito fiscal, o texto do novo arcabouço foi aprovado na Câmara dos Deputados. A tramitação célere e o amplo apoio demonstraram que quando a pauta é positiva e tem o apoio da sociedade, o Congresso vota. As regras que foram definidas, mais restritas do que o texto original, ajudam a afastar as previsões mais pessimistas para a trajetória das contas públicas.

Diante desses elementos, os analistas têm observado que um processo de desinflação está em curso, o que alivia a pressão sobre os juros. Apesar de o Banco Central adotar uma postura cautelosa ao tratar da inflação, as críticas direcionadas à instituição não contribuem para um debate construtivo e para efetivação de uma redução da taxa de juros.

É importante ressaltar que o Banco Central reconhece, conforme afirmado pelo seu presidente, Roberto Campos, uma melhora nas expectativas e uma redução inflacionária, embora ainda haja trabalho a ser feito. Em nossa avaliação, a janela para início do corte de juros já está aberta, diante da exorbitante taxa de juros real em que nos encontramos. Eventual redução da taxa de juros, juntamente com uma atividade econômica mais robusta, impulsionada pelo aumento da produção, nos permite antever uma economia mais pujante para o segundo semestre.

Atenciosamente, 

                                

 

Observação: Central de Atendimento Banco Central do Brasil (DDG) 0800 979 2345

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