Prezado Cliente,
Os dados mais recentes sobre a economia brasileira indicam que a atividade apresentava perda de ímpeto já em maio. O IBC-Br (indicador do Banco Central de elevada correlação com o PIB) apresentou uma queda de 2% frente a abril, mas representa uma acomodação sobre “base elevada”: a grandeza da safra de grãos trouxe uma série de impactos positivos subjacentes (colheita, armazenagem, transporte, comercialização de produtos e insumos), que permitiram uma dinâmica bastante robusta no primeiro trimestre.
Não obstante a desaceleração, setores não ligados diretamente à safra, como a construção, continuam produzindo e entregando mais, indicando um nível bem modesto de sustentação da atividade, mas que está acontecendo. Um reflexo disto foi uma taxa de desemprego de 8% no trimestre encerrado em junho, melhor do que as expectativas, e a menor para o período desde 2014.
O fim do recesso no Congresso deve dar nova tração às pautas econômicas, com a retomada das discussões acerca do novo marco fiscal na Câmara e da reforma tributária no Senado, importantíssimas para o processo de ancoragem das expectativas de inflação. Nossa expectativa é que eventuais mudanças nos textos sejam moderadas e mantenham as características originais das propostas que, até agora, foram bem recebidas pela sociedade.
A melhoria no panorama econômico segue influenciando positivamente os ativos financeiros, com valorização de empresas de capital aberto (a Bolsa avançou 3% em julho), desvalorização do dólar americano, que caiu 1,95% no mês, e queda adicional nas taxas de juros futuras. Estes avanços se refletiram, também, na melhora da nota do Brasil pela Fitch e no menor nível de incerteza econômica desde 2017 (FGV Ibre).
Por fim, medidas como o programa Desenrola devem atingir um contingente significativo de pessoas, e ajudar o brasileiro a resolver uma parte de seus problemas financeiros. Em paralelo, há a perspectiva de início do ciclo de redução de juros pelo Banco Central na próxima reunião, o mercado espera corte entre 0,25 e 0,50 p.p, (o Chile, por exemplo iniciou o ciclo de corte com redução de 1%, surpreendendo os analistas).
Este conjunto de fatores deve aumentar a propensão à expansão do crédito e do consumo, e permitir a sustentação de uma atividade mais dinâmica, especialmente no último trimestre.
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