Ribeirão Preto, 01 de novembro 2024.
Prezado Cliente,
O mundo está “imerso em um mar de dívidas” públicas e privadas. Segundo o Banco de Compensações Internacionais (BIS), que atua como auxiliar dos Bancos Centrais, as dívidas nunca estiveram em patamares tão elevados.
Na próxima semana, como todos sabemos, os EUA terão eleições onde serão definidos além do Chefe do Executivo, parte relevante do Congresso. O resultado é incerto.
A dívida pública americana já ultrapassa seu PIB e o déficit dos últimos anos foram os maiores da história em tempos em que os americanos não participam diretamente de alguma guerra. A Política Econômica proposta por Trump não só não reduzirá esta dívida (e déficit) como tende a ampliá-lo. Ainda, sua política migratória tende a apertar de forma relevante o mercado de trabalho. Assim, a taxa de juros tende a subir e o dólar a se valorizar. Como a financiabilidade da economia americana é muito elevada, e deve continuar assim devido à pujança dos EUA, os americanos terão em um primeiro momento uma percepção de elevação da riqueza, no entanto, devido ao custo da dívida e do crescimento da inflação, tal situação tende a ser efêmera com consequências no médio prazo, mais para 2026 para todo o mundo.
Por outro lado, em caso de vitória democrata, a proposta de Política Econômica de Kamala Harris, embora não seja de um ajuste fiscal, indica uma redução impactante do impulso fiscal como sempre foi a tradição democrata – exceto no governo atual que conduziu o pós pandemia e aprovou forte expansão nos gastos para a transição energética e ampliação da produção como mecanismo de combate à inflação. Ainda, a questão migratória não tende a apertar o mercado de trabalho. Ou seja, será menos inflacionário, com menor crescimento da dívida, menor valorização do dólar e com espaço para que o Fed continue o ciclo de redução da taxa de juros.
O cenário externo de médio prazo será distinto para a economia brasileira.
Como é sabido, o “calcanhar de Aquiles” da economia brasileira é o tamanho do gasto público e a rigidez orçamentária.
É possível afirmar que, depois das eleições municipais, quando as urnas inequivocadamente apontaram para o centro, centro direita, tais resultados criarem as condições políticas para uma ampla negociação, visando corte nos gastos públicos com maior flexibilidade orçamentária.
Como tudo mais na economia brasileira vai bem, para os nossos padrões, caso a questão fiscal realmente avance, com a tão desejada redução dos gastos públicos, veremos uma inflação menor, maior entrada de recursos para investimentos, redução da taxa de câmbio, menos juros, ampliação da produção, vendas, crédito, emprego, comércio exterior, enfim, crescimento econômico.
Atenciosamente,